É inegável que há uma série de pressões enfrentadas pelo mercado de trabalho global, entre elas, o crescente descompasso de talentos, aumento das diferenças salariais entre homens e mulheres, baixa produtividade e aumento da inflação. No entanto, além disso, há outro problema que está impactando o cenário de negócios e pouca gente está realmente prestando atenção nisso:

A força de trabalho do mundo está envelhecendo!

As estatísticas sustentam esta questão

Os dados do IBGE indicam que as taxas de natalidade estão caindo no Brasil, seguindo a tendência do resto do mundo, enquanto a expectativa de vida de homens e mulheres está próxima de uma alta histórica. Isso significa que nossa força de trabalho está envelhecendo.

Na verdade, a força de pessoas “potencialmente” fora do mercado de trabalho hoje, representa ( pessoas de 0 a 14 anos e maiores de 65 anos) 44,03 % da população, sendo que os jovens ocupam a maior parte, 35,75% . Porém, a curva para o primeiro é descente e a do segundo não. Tanto que, em 2038, haverá a inversão deste gráfico. Ou seja, daqui a 20 anos, haverá mais pessoas acima dos 65 anos do que jovens, seno o ponto de mudança em 2038.

Pelo gráfico, se verifica que este grupo está se aproximando, rapidamente, da aposentadoria atual, o que só vai agravar a falta de habilidade, já aguda, em muitos setores que regem as diversas economias em todo o Brasil e o principal impacto é na aposentadoria pública. O INSS tende, então, a se tornar, cada vez mais insustentável, uma vez que fundos do governo vão ter que acrescentados todos os anos, para gerir as responsabilidades futuras e, enquanto que as reformas se tornam cade vez mais longas, perfazendo um quadro completamente caótico.

Como o mercado empresarial pode agir?

Na medida que o conjunto de trabalhadores disponíveis envelhece e, potencialmente começa a diminuir, as empresas precisarão trabalhar no sentido de reter os principais talentos e as habilidades já existentes em sua organização, encontrando soluções e formas de ajudar a manter os funcionários mais antigos trabalhando por mais tempo.

Logicamente, esta tendência se tornara um processo quase que natural às empresas, em pouco tempo, ainda mais se observarmos que, estatisticamente, a expectativa de vida aumenta de dois a três anos a cada década, de modo que, daqui para frente, setores mais jovens da força de trabalho deverão trabalhar, consideravelmente, mais no futuro, quando comparados às suas contrapartes mais velhas de hoje.

E a aposentadoria como fica?

A perspectiva de que as pessoas vivam por muito mais tempo também levanta a questão da utilidade de uma aposentadoria oficial ou da idade da aposentadoria. Por isso, os próximos governantes, formuladores de políticas e leis, devem ter de examinar isso com muito mais detalhes, a partir de agora.

Já as empresas, se quiserem manter os níveis de produtividade, precisam fazer muito mais que aqueles para aperfeiçoar os funcionários e prepará-los para futuras carreiras, não apenas mais longas, mas também as futuras mudanças tecnológicas e organizacionais.

Coisas como a Inteligência artificial, aprendizado de máquinas e robótica estão mudando rapidamente, quase todos os trabalhos que existem atualmente, do chão de fábrica até a sala de reuniões e, isso significa que o trabalhador moderno deve estar preparado para passar por mais mudanças em sua vida profissional do que em qualquer outra época no passado, tornando a adaptabilidade uma qualidade de suma importância.

Assim, em vistas à garantia de um futuro, cabe tanto às empresas, quando aos nossos políticos atuais, trabalhar para antecipar as mudanças que batem à porta e, desta forma, buscar garantir que o local de trabalho de amanhã seja adequadamente preparado para minimizar qualquer impacto adverso sobre as empresas e a economia.

A ascensão da força de trabalho multi-geracional

O interessante da época atual é que, a força de trabalho de hoje é composta, no Brasil, por quase por cinco gerações diferentes, Jovens iniciante, adultos acima dos quarenta anos, seniores acima de 55 e os Masters, acima dos 60. Os ditos idosos, que vem cada vez mais prolongando sua estada nos postos de trabalho, ao menos até os 70 anos.

Isso oferece uma oportunidade única para as empresas facilitarem a transferência eficiente de conhecimento de trabalhadores mais velhos e mais experientes para seus colegas mais novos, o que faz com o planejamento efetivo da sucessão seja fundamental. Para isso a promoção de programas de orientação de mão dupla, em que funcionários mais jovens recebem tutela de colegas seniores, em troca de apoio na compreensão e no uso de novas tecnologias pode garantir que ninguém seja deixado para trás, à medida que o local de trabalho se torne cada vez mais digital e complexo.

Por isso, sem mudanças urgentes, a análise demográfica indica que a escassez de habilidades de hoje só piorará com o passar do tempo pois, o profissional jovem, ao terminar a universidade no final deste ano, e ingressar no mundo do trabalho terá, em média, uma expectativa de vida de 84,23  em anos 2060 o que representa, em longo prazo, um grande impacto econômico futuro, mas essa tendência, deve ser sentida muito mais cedo em nossa economia, pois uma pessoa de 65 anos não mais será considerada idosa e estará muito longe de se aposentar.

Por outro lado, algumas mudanças já estão acontecendo em vários setores, em termos de práticas de emprego e iniciativas de treinamento e desenvolvimento, mas elas precisam ser complementadas com uma estratégia mais robusta para ajudar a nossa força de trabalho que está envelhecendo (como já dito acima) por empresas e governos e não adotadas, em forma isolada, como vem acontecendo.

Conclusão!

Não será o fim da aposentadoria, mas será preciso promover habilidades das pessoas nas empresas, com apoio e melhor direcionamento das políticas governamentais, investindo na formação continuada, frente às práticas de trabalho modernas, para que se consiga dar conta das demandas futuras da força de trabalho do amanhã, pois não se poderá contar com uma aposentadoria “juvenil” dos profissionais acima dos 65, daqui a pouco mais de 20 anos.

About the author

Administrador, Advogado e atualmente sou Mestrando em Direito e Negócios Internacionais pela Universidade Europeia do Atlântico (ES). 20 anos de experiência nas áreas Jurídicas, Vendas Técnicas, Desenvolvimento e Implantação de Projetos e Suporte Especializado para soluções de tecnologia. Em minha carreira, tive a oportunidade de participar grandes projetos, em importantes empresas, desde a implantação de automações para postos de combustíveis, até complexos sistemas de atendimento para empresas de Grande Porte, como por exemplo: Eletrobras, Coca-Cola, Banco do Brasil e Correios. www.laval.com.br

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